Artigo

A importância do uso de novas tecnologias na educação para saúde | The importance of using new technologies in health education

Almira Alves dos Santos. Professora adjunta da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas –UNCISAL. Pós-doutoranda no CeiED da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Bolsista da CAPES- Proc. no. 12171/13-1

Vivemos a era da informatização: grupos sociais interagem na internet, as conversas e convívios se dão mediados pela tecnologia da informação e comunicação (TIC), o envio e recebimento de documentos, antes transitados via correio, agora se dá pela internet e até mesmo a validação de documentos e assinaturas acontece nesse ambiente virtual. Via de regra, as comunicações quer sejam formais ou não formais acontecem em ambientes para alguns novo e estranho, mas para muitos - na verdade a maioria - acontecem em um ambiente totalmente informatizado. As escolas, portanto, não podem ficar de fora desse contexto, pois estarão indo de encontro a esse movimento irreversível de um modus operandi que já está estabelecido na comunicação. Segundo Soares-Leite & Nascimento-Ribeiro (2012, p.3) “A inserção das TICs na educação pode ser uma importante ferramenta para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem”.

No entanto, para que o processo de ensino-aprendizagem tenha o sucesso almejado é necessário equipar todo o contexto escolar, seja o ambiente físico com os equipamentos necessários, seja na formação dos professores, conferindo-lhes uma educação continuada. Dessa forma, estaria se propiciando às crianças e, por extensão, aos seus familiares, uma ferramenta que já faz parte do seu cotidiano infantil. Independentemente do nível socioeconômico, costuma-se dizer que “as crianças de hoje já nascem com um “chip” implantado, tornando coerente e racional explorarmos algo que já faz parte desse universo com a finalidade de obtermos melhores resultados nesse processo de ensino-aprendizagem.

Como afirma Demo (2011 P.10), “a alfabetização não acontece mais apenas na escola ou em ambientes restritos”. As crianças também se alfabetizam em casa, em um ambiente onde as novas tecnologias estão presentes e são inexoravelmente muito usadas, quer sejam PCs, Tablets e telemóveis. Muitas se encontram conectadas à internet com informações contextualizadas para seu ambiente social, econômico, religioso, cultural, de modo que a interação se dá ativamente. Em contrapartida, muitas vezes o mesmo não ocorre nas escolas.

Nesse espaço virtual, os estímulos são múltiplos, e a criança interage explorando quase todos os sentidos. Ao mesmo tempo em que ela vê, ouve, toca, é também estimulada nas sensações gustativas e odoríficas, tornando o aprendizado atraente.

O importante nesse processo é atentarmos para o que estará disponível ao acesso das crianças na internet, temos que levar em consideração que o ambiente virtual está recheado de lixo eletrônico, da mesma forma que ela poderá ter acesso a todos os tipos de informação nas ruas, nas conversas, nas casas e na TV, no ambiente virtual não é diferente, há acesso a todo o tipo de informação e pessoas, é necessário ficarmos atentos a esses aspectos, no caso em questão das TICs, disponibilizando acesso apenas ao que constrói e educa, para isso as escolas e professores necessariamente precisam estar preparados, como afirma Demo (2011, p.23 ), “O que ocorre é que o professor precisa reestruturar-se em um novo momento pedagógico e tecnológico, para atuar nele como sujeito, não como objeto.”

As TICs no ambiente escolar também podem exercer um importante papel na educação para a saúde (EpS), entendendo-se EpS como uma forma de alterar comportamentos nocivos em comportamentos adequados para a melhoria da saúde e, concomitantemente, da qualidade de vida. É fundamental levar em conta as tecnologias como um recurso viável e potente diante das mazelas e agravos à saúde humana. A escola significa um local importante para se trabalhar conhecimentos, habilidades e mudanças de comportamento. A educação escolar, neste processo, desempenha importante papel, pois é a grande alavanca de transformação social e, neste caso concreto, nos modos de prevenção à saúde. Nela se podem apreender comportamentos novos e positivos relacionados aos autocuidados. Dessa forma, nada mais generoso que aproveitar esse ambiente para se fazer EpS, aliando a ele as tecnologias da informação, que nos brindam com recursos estimulantes como jogos e aplicativos educativos.

É inegável que as novas gerações vivem um momento diferente em termos de comunicação. Assim, é possível vermos crianças a partir de dois anos utilizando tablets, Ipods e telemóveis com uma atenção acurada no que aí está posto. Entendo que esse movimento é irreversível e que é inútil a tentativa de manter-se em um sistema ora ultrapassado. Portanto, não há luta a ser travada, pois se houver um impasse e não avançarmos, o aluno é quem sairá prejudicado. Partindo desse pressuposto, é imprescindível que o educador para saúde acompanhe esse movimento, se aproprie dessa tecnologia e a utilize como um instrumento eficaz, efetivo de comunicação e contribuição para a melhoria da qualidade de vida, pois como afirma Valanides & Angeli (2008, p.3) “usar ou não computadores na aprendizagem, não é mais uma questão na educação. A atual questão está em garantir que computadores sejam utilizados de forma eficaz para criar novas oportunidades de ensino e aprendizagem”.

Dessa forma as TICs estão aí e vieram para ficar e fazer história. Isso é incontestável e não há volta, resta-nos enxergarmos e fazermos uso de mais uma ferramenta educacional, de comunicação, que pode sim ajudar para que possamos ter pessoas mais informadas, com melhor qualidade de vida e um planeta mais limpo e disso depende como gerenciarmos a informação.

REFERÊNCIAS
- DEMO. P. Aprendizagens e novas tecnologias, Roteiro, Joaçaba, v. 36, n. 1, p. 9-32, jan./jun. 2011
- SOARES-LEITE, W. S. & NASCIMENTO-RIBEIRO, C. A. do . A inclusão das TICs na educação brasileira: problemas e desafios. magis, Revista Internacional de Investigación en Educación, 5 (10), 173-187.2012.
- VALANIDES, N.; ANGELI, C. Professional development for computer-enhanced learning: a case study with science teachers. Research in Science & Technological Education, 26(1), p. 3-12, 2008.

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